Capital de Giro: Como não quebrar antes do sucesso?
- Laboratório de Empreendedorismo LABEMP
- 12 de set. de 2018
- 3 min de leitura

Todos sabem das estatísticas “macabras” do SEBRAE né? Muitas empresas não passam de 2 anos de existência e fecham as portas. Segundo o SEBRAE, os principais motivos apontados são: falta de capital (16%), impostos/tributos (10%) e inadimplência (6%). Por outro lado, muitos empresários apontam que se tivessem menos impostos e encargos (52%), crédito facilitado (21%) e melhor planejamento do negócio (18%) as coisas poderiam terminar diferente.
Esses problemas passam, direta ou indiretamente, pela gestão de caixa do negócio ou, melhor dizendo, gestão do capital de giro. Vamos as três dicas essenciais para reverter
este quadro:
1. NÃO MISTURE O DINHEIRO DA EMPRESA COM O SEU!
Este é um erro muito comum que atrapalha a gestão financeira da empresa. Retirar ou colocar dinheiro no caixa da sua empresa sem diferenciar o que pertence a ela ou a você (pessoa física) gera problemas.
Você precisa ter um salário, chamado pró-labore, e retirá-lo junto com a folha de pagamento dos seus funcionários. Todo ganho extra pode ser revertido a você, mas via distribuição de dividendos, o qual, hoje, NÃO é tributado e ajuda a controlar melhor a sua remuneração aferida no empreendimento. Apenas desta forma você poderá ter
previsibilidade e projetar a movimentação financeira do seu negócio com precisão.
2. SAIBA O QUANTO A SUA EMPRESA PRECISA PARA SE MANTER.
Assim como você deveria saber responder à pergunta: “se eu perdesse meu emprego, por quanto tempo eu conseguiria manter meu padrão de vida?” na vida pessoal, você precisa responder a seguinte pergunta: “quanto minha empresa precisa de reserva até eu conseguir receber pelas minhas vendas?”.
Vamos exemplificar isso. Você tem despesas com aluguel, contabilidade, software, folha de pagamento, o seu pró-labore (como falado no ponto anterior) e contas de energia e água. Tudo isso dá R$5.000/mês. Além disso, você compra mercadorias para vender por R$5.000 à vista. Depois, consegue vender estes produtos, zerando o estoque, por R$20.000, mas para receber em 30 dias no cartão.
Veja, você irá lucrar R$10.000! Visto que R$20.000 - R$5.000 - R$5.000 = R$10.000. Entretanto, as saídas de caixa ocorrem antes de você receber pelas vendas. Isto mostra a sua necessidade de capital de giro. A sua empresa precisa ter, no mínimo, R$10.000 parados no caixa para girar a sua operação até o lucro cair no seu bolso. O que acontece é que os empresários, ao receber os R$20.000, retiram o dinheiro para consumir (pessoa física) e ficam sem o dinheiro necessário para girar a empresa, não comprando novas mercadorias ou pagando as despesas fixas. Isto gera frustrações e empréstimos caros, começando a bola de neve negativa.
3. A SUA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO MUDA!
Você executa bem os pontos 1 e 2, mas nunca revisa seu planejamento financeiro. Fato que gera a tradicional fase: “no começo eu conseguia controlar tudo, mas agora eu perdi a noção financeira da empresa”.
Perceba que no exemplo do ponto 2, a necessidade era de R$10.000, pois você tinha despesas de R$5.000 fixas e comprava R$5.000 de mercadoria. Para crescer, naturalmente você contratará mais funcionários, alugará um espaço maior, comprará mais produtos para vender e aumentará o seu pró-labore (nada mais justo). Estas variáveis irão compor a sua nova necessidade de giro. Portanto, você precisa sempre estar planejando o seu fluxo financeiro (contas a pagar e a receber) para manter o negócio saudável.
Espero que vocês tenham compreendido a importância do capital de giro. Caso precise de apoio, a Camaleão Consultoria realiza este serviço, ajudando o empreendedor no planejamento financeiro.
Até a próxima.
Leonardo Ebling
Sócio consultor da Camaleão Consultoria
Comments